O sapatão de Therezinha– Por Finólia Aroeira

Queridos leitores, depois de alguns meses de disputa, nossas queridas Escolas de Samba escolheram seus hinos! Alguns refrãos incendiarão a avenida e outros apenas cumprirão seus papeis. É assim mesmo, mas já vi muito samba funcionar mais na avenida do que em quadra.

Desde o dia em que fiquei no meio de uma briga numa final de samba, há quase trinta anos, nunca mais arrisquei meus joelhos. Nossa mesa simplesmente voou feito um Drone desgovernado e só foi o tempo de pegar o balde de cerveja e correr em direção a primeira porta que encontrei aberta! Therezinha, com apenas um tamanco no pé, andava pra lá e pra cá feito uma manca, segurando outro balde lotado de cerveja, enquanto “Boca Nervosa” tentava encontrar seus óculos no meio da confusão!

No final, já com o dia claro e nublado, a quadra parecia galpão de doação em dia de enchente, tamanha quantidade de sandálias, sapatos e bolsas espalhadas. Quando os ânimos se acalmaram, fomos na sessão de achados e perdidos e nossa “Shirley” teve que se contentar com um pé de sapato, tipo Vulcabrás, para não ficar descalça. Na volta pra casa, atravessamos a cidade debaixo de chuva e enquanto tomávamos café na Confeitaria Verdun, um engraçadinho gritou do ônibus: “Fala sapatão!”… Therezinha correu e arremessou o Vulcabrás em direção ao coletivo!

Ah, a escola acabou conquistando o campeonato no ano seguinte!

Finólia Aroeira, do Leme para o mundo/ Outubro-2016

 

Please follow and like us:
error0
fb-share-icon
Tweet 20
fb-share-icon20

Comente

Os campos obrigatórios são marcados com *. Seu endereço de email não será publicado.