Queridos leitores, se Jovelina, minha gata, falasse e resolvesse jogar no ventilador tudo que falo aqui dentro de casa, eu seria até presa. Mas é difícil entender como um cidadão se candidata a um cargo público, prometendo cuidar das pessoas, não misturar política com religião, e quando infelizmente consegue, promove uma avalanche de atitudes que não imaginávamos. Sua ausência na entrega das chaves da cidade ao rei Momo, no último carnaval, foi um sinal de que nossa cultura, não tem a menor importância para essa administração. As pessoas dão sinais!
A festa das celebridades, que se jogam nas pistas de música eletrônica dos camarotes, enquanto nossa HISTÓRIA passa pela avenida, movimenta uma gigantesca roda financeira, que aquece o setor turístico e comercial. O que é investido no carnaval, não é nada em relação ao que é arrecadado, mas mesmo assim a prefeitura decide cortar, pela metade, a subvenção. Coloca de um lado as creches das criancinhas de Deus e do outro lado o povo do capeta, da cerveja, das bundas de fora! Quanta maldade, que articulação perversa… fico imaginando um ano sem os desfiles, com centenas de profissionais desempregados, hotéis às moscas, camarotes fechados, ambulantes sem vender uma latinha de cerveja, fotógrafos sem ter o que registrar…
Se as Escolas de Samba realizassem seus desfiles oficiais para o mesmo público que comparece aos ensaios técnicos, a atmosfera faria a diferença. Nada se compara a vibração do povo junto as suas escolas. Na história atual, os donos da festa participam, muitas vezes, como mão de obra desvalorizada, expectadores distantes de arquibancada do mangue ou viaduto, componentes “orientados” por diretores a cantar o samba ou evoluir, de forma grosseira. Já presenciei diversas vezes muitos encamisados gritando feito capatazes no canavial. Mesmo assim essa festa é nossa!
Não se meta com o povo! Largue nossa fantasia!
Por Finólia Aroeira, do Leme para o mundo/ julho 2017!
0
20
20