Depois de passarmos o resto da manhã e o início da tarde do feriado do Dia da Consciência Negra desse ano, rodando feito duas tontas, atrás da casa de uma cartomante, pedindo informações, eu e Therezinha chegamos ao bairro da Abolição. Subimos uma escadaria que parecia não ter fim. No último degrau, uma criança nos levou até uma casa amarela. Pela porta, já aberta, uma pequena sala, com mesa, sofá e uma televisão antiga. Uma vela acesa, revelava a silhueta da cartomante, atrás de uma cortina estampada. Só sei que a sede era tanta, que bebemos um copo d’água que havia sobre a mesa. Depois disso, a mulher começou a gritar, perguntando quem havia bebido a água dela: “ Meu Deus, quem bebeu minha água! Minha cabeça vai explodir! Quem foi o filho do Cabrunco, que bebeu a minha água?!”. Desistimos da consulta e saímos correndo com os olhos arregalados, descendo aquela pirâmide com os pés batendo na bunda. Quando chegamos no Leme, em questão de segundos, descobrimos que, no desespero, havíamos trazido o copo da cartomante!
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Enquanto ouvia a morna safra dos sambas-enredo do Grupo Especial de 2018, deparei-me com as duas exceções que
salvaram a colheita: os hinos da Mocidade e da Portela, que se destacam pelo conjunto da obra. As composições da Beija Flor, Salgueiro, Mangueira, Imperatriz e Tuiuti, também merecem ser ouvidas várias vezes, por seus belos enredos, arranjos, letras e intérpretes.
A União da Ilha economizou na pimenta e em outros temperos, embora o calor da avenida possa fazer a massa crescer. Unidos da Tijuca, Império Serrano, São Clemente e Vila Isabel trazem obras que poderão também evoluir de forma positiva na hora da “onça beber água! ”. A Grande Rio… bem, quanto ao samba da tricolor de Caxias…
“ Ai, minha cabeça! ”
Finólia Aroeira, do Leme para o mundo/ Dezembro- 2017!
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