Aquele sol…

Por Finólia Aroeira

“Queridos leitores, um dos exercícios que realizo para amenizar minha TPC (Tensão Pré-Carnaval), é revirar uma caixa cheia de boas lembranças e numa dessas reviradas, me deparei com dezenas de fotos já amareladas do carnaval de 1985. O Sol já estava tinindo, quando entramos na avenida com a Mocidade, sentindo um cheirinho de campeonato no ar. O genial Fernando Pinto, que muito cedo nos deixou, traduziu em fantasias e alegorias, um verdadeiro carnaval sideral! A Mocidade fez “todo universo sambar” e o Astro-rei acendeu ainda mais toda aquela maravilha em prata e ouro que a Estrela Guia trazia, com direito até a deslumbrante Monique Evans à frente da bateria nota 10! Mesmo tendo a forte Beija-Flor no dia seguinte, a resposta do público foi a mais favorável possível e o Sambódromo, recém-inaugurado, parecia não acreditar no que via, tamanha criatividade do carnavalesco e garra dos componentes que evoluíam, embalados com aquele que é considerado um dos melhores sambas da história. Levamos o título, mas destaco o belo desfile da Beija-Flor (“A Lapa de Adão e Eva”) e a irreverência da Caprichosos de Pilares (“E por falar em saudade”). Mesmo desgastadas pelo tempo, minhas fotos registram todas as cores daquele que foi um dos mais belos carnavais que vivi. Somente essas inesquecíveis cores que ainda vivem dentro da minha velha caixa…”

O mundo anda mesmo sem cor. A televisão então… Até que o Book Rosa da Dona Nenê deu uma sacodida na audiência, mas a Waldirene devia procurar um fonoaudiólogo e o Grego, um workshop com Zé Pequeno, lá em Paraisópolis. Confesso que a música de abertura de a Regra do Jogo me agonia um pouco. Tenho a impressão de que a qualquer momento, Alcione vai pular de dentro da televisão e gritar na minha cabeça: “O Sol, há de brilhar…”. Prefiro o Sol das manhãs de carnaval…”

 

Finólia Aroeira, do Leme para o mundo – Outubro/ 2015