Por H.Bakhury
A chuva, aguardada há tempos, caiu forte sobre as três primeiras escolas que se apresentaram no domingo de carnaval, ofuscando bastante seus desfiles. Viradouro e Mangueira além de sentirem o peso da água nas fantasias, tiveram problemas com algumas alegorias e sofreram os efeitos da falta de som. Aliás, esse ano o sistema de som da avenida falhou diversas vezes.
A Mocidade, depois de anos sob uma administração desastrosa que quase a fez sambar miudinho na Série A, enfim parece respirar outros ares, reencontrando sua grande torcida e a possibilidade de resgatar sua identidade. Os anos a pão e água abriram o apetite da agremiação, que de uma só vez trouxe um excessivo aparato tecnológico, Paulo Barros, Cláudia Leitte (!), muita empolgação e até componentes vestidos de mosca (k) segurando legendas para caso engasgássemos com alguma azeitona do banquete e assim perdêssemos o fio da meada. Salve a Mocidade!
A Vila Isabel, que ano passado fez o povo da terra de Noel chorar de tristeza devido à falta de fantasias, esse ano, aliando o erudito ao popular, a escola fez um desfile correto, com uma comissão de frente de tirar o fôlego, belas fantasias e sua excelente bateria não deixou o andamento cair. Isaac Karabtchevsky, Martinho da Vila, a garra de seus componentes e a nova administração, trouxeram a “dignidade de volta pro ninho”.
O Salgueiro foi um presente para o os olhos! Renato e Márcia Lage, mais uma vez, deram uma aula de bom gosto e talento. Alegorias e fantasias impecáveis e uma comissão de frente que encantou toda a Passarela do Samba. Por falar em samba, a Academia trouxe um samba sem muita empolgação mas seus componentes o defenderam com muita garra. A escola da Silva Teles deu um show!
A Grande Rio fez um desfile eficiente, onde bateria e comissão de frente, foram os destaques da apresentação. A tricolor de Caxias empolgou o público com seu samba-enredo, mas visualmente a escola já esteve melhor.
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Foi legal!
“A garra dos componentes da Viradouro. Foi legal ver as baianas da Mangueira representando as rosas e também a criatividade da fantasia da bateria da Mocidade. Foi muito legal ver o Salgueiro do início ao fim e a comissão de frente da Grande Rio.”
Não foi legal!
“As falhas no sistema de som da avenida.
Não foi nem um pouco legal (e todo ano é isso!) ver aquela gente chata de camisa a frente de cada escola, sem cantar o samba e atrapalhando o andamento. Não foi legal o fogo na saia da porta-bandeira e bem fizeram Rosa Magalhães e Lícia Lacerda, ao colocarem um casal de mestre-sala e porta-bandeira dançando sobre uma alegoria do Império Serrano, em 1982…”
H. Bakhury