“Contando os dias…”

Por Finólia Aroeira

gizMeus queridos, depois de décadas e décadas de carnaval, sinto que ainda tenho muita lenha para queimar. Minha chama, bem fraquinha, não me permite passar tantas noites em claro, mas, mesmo assim, ainda consigo ir a um ensaio e outro. Lendo alguns artigos ligados às escolas de samba, concordo com algumas colocações, mas também me deparo com muito palpite descabido. É óbvio que a festa se profissionalizou, ganhando ares, digamos assim, mais acadêmicos. Já tivemos muitos enredos e sambas desacreditados, que na hora do “estica a jiboia”, vimos apresentações que se tornaram inesquecíveis. Carnaval se ganha e se perde na hora, na virada do joelho, na resposta do público e no arrepio. Confesso que essa fase de eliminatórias de sambas, não me agrada muito. É muita gente gritando e a acústica das quadras, só Jesus! Ficamos, então, contando os dias para que nossas agremiações escolham sambas que façam a diferença em 2016. Porque nossos compositores, diante de tantos temas sem pé nem cabeça, precisam realmente de muita inspiração. Os coitados têm que colocar até gringo no samba. Essa eu não posso perder!

Agora, cantar nossa história, aquilo que realmente vivemos e que de fato nos pertence, será tarefa para o Império Serrano, Curicica, Porto da Pedra, Inocentes de Belford Roxo, Império da Tijuca, Salgueiro…

Por enquanto, acalentamos nossa alma com a volta do Botequim do Samba, com as feijoadas e rodas de samba pela cidade, mais esburacada que um queijo suíço…

Finólia Aroeira, do Leme para o mundo – Setembro/ 2015

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