Foi preciso esperar o dilúvio que caiu na sexta-feira de carnaval escoar pelos ralos para, finalmente, começar as apresentações no primeiro dia de desfiles das escolas de samba da Série A. O temporal que caiu na cidade provocou os transtornos de costume, mas a maioria das agremiações mesmo sem barracão e apoio financeiro, se esforçou para a realizar boas apresentações.
A chuva deu uma trégua na segunda noite de desfiles da Série A e as escolas brindaram o público com apresentações com menos problemas e tensão.
-A Unidos da Ponte abriu os trabalhos reeditando o enredo “Oferendas”, de 1984. Mesmo com toda a chuva, a agremiação passou bem. Destaque para o enredo, samba e carro de som!
-A Alegria da Zona Sul apresentou o interessante enredo “Saravá, Umbanda”, mas infelizmente sua passagem foi bem irregular. O acabamento das fantasias e alegorias, além dos componentes que não abraçaram o samba-enredo, foram os destaques negativos.
-Com o enredo “Bananas para o Preconceito”, a Acadêmicos da Rocinha realizou um desfile regular. A escola apresentou problemas no canto dos componentes e embora criativas, as fantasias e alegorias não fizeram jus ao inteligente enredo.
-A Acadêmicos de Santa Cruz homenageou a atriz Ruth de Souza e, mesmo prejudicada pela chuva, realizou um desfile com muita garra, onde os destaques foram o samba-enredo, o enredo e a bateria de mestre Riquinho.
-A Unidos de Padre Miguel apresentou o enredo “Qualquer semelhança não terá sido mera coincidência”, uma homenagem ao autor Dias Gomes. O talento do carnavalesco João Vitor Araújo presenteou a Passarela do Samba com belas alegorias e fantasias. A mensagem foi clara e necessária.
-A Inocentes de Belford Roxo apresentou o enredo “O Frasco do Bandoleiro – Baseado num causo com a boca na botija”, e foram visíveis os estragos da chuva que caiu sobre a escola ainda na concentração. A escola também teve problemas com o canto, mas a bateria e as soluções estéticas criativas, se destacaram.
-O Acadêmicos do Sossego apresentou o enredo “Não se meta com minha fé. Eu acredito em quem quiser’’, realizando um desfile irregular. A escultura do tinhoso com a cara do prefeito da cidade do Rio de Janeiro não passou pela avenida, fantasias e alegorias mostraram problemas de acabamento e o canto dos componentes não decolou. A escola encerrou seu desfile com uma faixa pedindo que o prefeito respeite o carnaval.
-A Unidos de Bangu falou da batata e mesmo prejudicada pela falta de recursos financeiros, a maioria dos componentes passou com garra. A escola apresentou alguns problemas em suas fantasias e alegorias.
-Com o enredo “Dois de Fevereiro no Rio Vermelho”, criado pelos carnavalescos Raphael Torres e Alexandre Rangel, a Renascer de Jacarepaguá realizou um desfile de fácil leitura. O samba, encomendado, não esteve presente na boca da maioria dos componentes. Destaque para a comissão de frente e bateria.
-Com o enredo “A fé que emerge das águas”, sobre o Cristo negro do Panamá, a agremiação do Morro de São Carlos entrou com o pé direito na Sapucaí. O belo conjunto de fantasias e alegorias, além da competente harmonia, bateria e canto, agradou ao público presente, que gostou de ter reencontrado a grande Estácio de Sá!
– A Porto da Pedra homenageou o ator Antônio Pitanga. A escola de São Gonçalo apresentou belas e grandes alegorias, mas infelizmente teve problemas com a evolução e o canto.
-Com o enredo “Império do Café, o Vale da Esperança”, desenvolvido pelo carnavalesco Jorge Caribé, a escola do Morro da Formiga mostrou competência realizando uma boa apresentação. Fantasias, alegorias, bateria e samba, foram os destaques.
– O Acadêmicos do Cubango pisou da avenida disposto a brigar pela vaga no Grupo Especial. Com o enredo “Igbá Cubango: a alma das coisas e arte dos milagres”, a escola de Niterói realizou uma apresentação emocionante. Destaque para a comissão de frente, conjunto alegórico, fantasias, samba e bateria.
Fotos: H.Bakhury e Regina Silveira
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