Nos dois dias de desfiles do Grupo Especial, Mangueira, Salgueiro, Portela e Viradouro saíram na frente em suas apresentações, pelo conjunto das obras. Seus enredos emocionaram trazendo a filha de Ogum com Iansã; a justiça de Xangô; provocaram, tocando em feridas históricas e ainda abertas; falaram de renascimentos após as cinzas, além da importância do brilho no olhar, e quando os olhos acendem é sinal de que alma está repleta de verdade e esperança. Por isso, arrebataram o público presente, porque foram verdadeiras e nada como ser de verdade.
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-Império Serrano: Quem foi que disse que a música “O que é o que é? ”, do grande Gonzaguinha daria samba? A tradicional escola da Serrinha deixou de lado seus poetas e não foi legal. A composição do filho do Rei do Baião é maravilhosa! Quando tocada em festas, churrascos, aniversários ou casamentos, é sucesso garantido, mas para conduzir pela avenida uma escola de samba, ficou meio complicado. A chuva que caiu sobre a agremiação ainda contribuiu para um desfile bem irregular. A roupa das baianas, por exemplo, representava um carrossel, que a cada rodopio vários cavalinhos iam ficando pelo caminho, assim como a esperança de uma boa colocação.
Viradouro: A vermelho e branco de Niterói apresentou o enredo “Viraviradouro”, com fantasias e alegorias de fácil leitura e bom acabamento. A magia e o sonho seguiram costurando toda a apresentação, surpreendendo e encantando a Passarela do Samba. Destaque para a bateria de mestre Ciça, a segurança do intérprete Zé Paulo Sierra e o samba-enredo.
-Grande Rio: A escola de Caxias apresentou belas alegorias e fantasias para falar de educação no convívio social, atitudes erradas e do famoso e, nada ético, “jeitinho brasileiro”. A escola passou com suas musas, artistas, seguranças, atrizes, atores e mais seguranças. Destaque para o trabalho de Renato e Márcia Lage, comissão de frente e bateria.
-Salgueiro: A escola da Rua Silva Teles atravessou a Marquês de Sapucaí disposta a colocar a mão no caneco. Bem desenvolvido, o enredo sobre Xangô, proporcionou belos momentos. Destaque para as alegorias e fantasias, de extremo bom gosto e acabamento, comissão de frente impactante, primeiro casal de mestre-sala e porta –bandeira impecáveis, bateria e samba-enredo, emocionantes!
-Beija-Flor: A agremiação de Nilópolis passou cantando sua própria história, que pôde ser vista em fantasias e alegorias com o luxo de sempre, formando uma colcha de retalhos retratando vários momentos dos 70 anos da escola. Alguns componentes não cantaram o samba, que não decolou. Destaque para a bateria.
-Imperatriz: A escola de Ramos, apresentou um desfile bem abaixo de tantos outros que já realizou. O samba não aconteceu e, consequentemente, o canto também não; o conjunto alegórico sem impacto.
-Unidos da Tijuca: Falando sobre o pão, a escola do Morro do Borel, desfilou com o dia claro. O enredo foi de fácil leitura e plasticamente competente. A bateria de mestre Casagrande também merece destaque.
Fotos: H.Bakhury e Regina Silveira