“Meus queridos, posso estar equivocada, mas o carnaval 2016 em matéria de samba-enredo foi bem superior aos anos anteriores. Muitas parcerias conseguiram abrilhantar a festa com suas obras. Destacaria os sambas da Portela, Viradouro, Mangueira, Tuiutí, Imperatriz, Unidos da Tijuca e Curicica. A Ilha trouxe um samba que não empolgou e sua carona nas Olimpíadas quase a fez sambar miudinho na Série A; o Salgueiro, todo trabalhado na malandragem teve problemas numa das alegorias e não emocionou os jurados!
A Beija-Flor veio bem, mas quando acabou o ouro (Insha’Allah !), a escola parecia outra; A Grande Rio, trouxe artistas, modelos, seguranças dos artistas, seguranças das modelos, seguranças dos seguranças e um “Pelé” correndo feito um doido em volta de uma bola inflável… Enquanto isso, todos que estavam na frisa com a cara de quem abre um pote de sorvete cheio de feijão gelado!
A Tijuca bem merecia também o título do Grupo Especial, mas a Mangueira foi um show de criatividade, samba e coração! Homenagear a Filha de Oyá foi mais que um acerto, Leandro Vieira mostrou um trabalho de extremo bom gosto.
Na série A, destacaria minha tristeza ao ver a Caprichosos daquele jeito. Definitivamente, o povo de Pilares não merecia aquilo. Mesmo assim, os componentes da tradicional escola carioca, na qual cheguei a desfilar diversas vezes, deram seu recado mesmo sem fantasias, mas com uma garra que só entende quem está do outro lado da história…
Enquanto espero pelo dia de São Jorge, vou pedindo minhas saideiras e esquentando meu feijão gelado…”
Finólia Aroeira, do Leme para o mundo- Abril/ 2016