“…festa estranha com gente esquisita”.

Carnaval 2014, Por Finólia Aroeira

carnaval-2014Meus queridos leitores, eu arrisco em dizer que o carnaval de 2014 não foi de todo ruim, porque assisti a ascensão da maravilhosa Portela e de sua afilhada, União da Ilha do Governador e um grupo de acesso bem bacana. Lembro que em 1994, quando a escola insulana levantou a Sapucaí com seu ABRAKADABRA, eu e Therezinha estávamos lá, rodando feito umas malucas na ala das baianas. Naquele ano, a querida Ilha abocanhou também a quarta colocação. Este ano os jurados devem ter ido ao banheiro e quando voltaram a Vila já havia passado, toda capenga! Resultado: deram à escola da terra de Noel, notas que ela não merecia.

A Beija-Flor foi massacrada, recebendo notas baixas em quesitos que também não merecia. Enfim, não entendi nada! O enredo e o samba da Deusa da Passarela, com sua linda melodia, não agradaram os donos da caneta.

O Salgueiro veio impecável e, por isso, quase conquistou o título. Renato e Márcia Lage esbanjaram talento na construção de Gaia.

A Portela veio com cara de Portela. A escola de Madureira, livre dos grilhões da última administração, evoluiu, cantou, vestiu um figurino que há tempos não se via. A avenida também se vestiu de azul e branco e desfilou com ela. Seu Ladeira, um amigo compositor de velhos carnavais chorava feito criança, não acreditando no que estava vendo e eu, toda hora, lhe oferecia uma gelada pra relaxar. Nossa frisa parecia uma reunião do Retiro dos Artistas! Somos ainda artistas e nossos cabelos brancos guardam muitas histórias.

A Imperatriz homenageando o fantástico Zico, fez bonito e Cris Vianna, linda, nos fez esquecer das “robocops”, que se reproduzem feito clones, com suas “crimeias” quase expostas, peitos de plástico, bocas de peixe e caras de sabonete. Muito estranhas!

 A Unidos da Tijuca passou com seu desfile hollywoodiano, escondendo seus componentes em alegorias, nos deixando meio bestificados, diante de tamanha bobagem. O samba da escola do Borel funcionou, mas o Senna foi apenas uma cereja sobre um bolo esquisito e repleto de personagens estranhos à NOSSA festa, como Penélopes, Vigaristas, Sonics, Ligerinhos e tantos outros. Inacreditável. Para mim, o título seria do Salgueiro.

Com o dia claro, voltamos para casa, quase matando o motorista do carro de aluguel com nosso bafo de cerveja e com Therezinha espirrando sem parar. Ainda tive que fazer um chá para a minha velha amiga, e enquanto esperávamos o “bendito” esfriar, ficamos, as duas, na janela conversando acompanhadas por duas latinhas perdidas que encontramos da geladeira!

Finólia Aroeira, do Leme para o mundo, 2014!

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