O Circo de cada um!

Por Finólia Aroeira

Meus queridos, os enredos dos Grupos de Acesso, divulgados até agora, têm me deixado muito feliz. Escolas, repletas de excelentes profissionais, “tiram leite de pedra” para colocarem seus carnavais na rua e estão tornando os desfiles de sexta e sábado muito melhores que os da elite. E graças à agremiações, como Tradição, homenageando a grande Clementina de Jesus; Unidos de Padre Miguel com “O Quinto dos Infernos”; Inocentes de Belford Roxo, exaltando o talento do cineasta Cacá Diegues; Renascer de Jacarepaguá com “Ibejís”; Cubango, com “Um banho de mar a fantasia” e a Tuiutí, fazendo “A farra do Boi”, que o carnaval está muito longe de acabar.

palhacoO grande rabo do Grupo Especial, amarrado a patrocínios, tem tornado as apresentações chatas e repetitivas. Aliás, não aguento mais tantos globais, BBBs, alegorias coreografadas, centenas de encamisados desnecessários, rainhas de bateria cercada por seguranças e a comunidade carregando fantasias que são verdadeiros fardos. Pelo menos, o carnaval espontâneo, criativo, lírico e transgressor, ainda se mantêm vivo no Grupo de Acesso.

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Hoje, pela manhã, enquanto esperava o elevador, duas moradoras do meu prédio conversavam na portaria. Tentei colocar meu fone de ouvido, mas elas foram mais rápidas: “Dona Finólia! Viu o casamento da Preta Gil?”. Definitivamente, eu devo ter cara de quem se interessa por esse tipo de assunto: “Ah, uma mocinha, que posou pelada para a capa de seu Cd e não canta bulhufas? Não vi…aliás, vocês sabiam que a Porto da Pedra homenageará o fantástico Palhaço Carequinha no carnaval do ano que vem? Eu prefiro esse tipo de circo. É mais verdadeiro e quanto mais mambembe, melhor. Prefiro os circos que fazem as pessoas sorrirem e não aqueles que, para esquentar a audiência, fazem chacota do povo, como alguns programas de televisão. A sinceridade que circula sob a grande lona deve ser respeitada e reverenciada. Ali sim, ali o homem se maquia, voa, ilude e nos alimenta de sonho. Prefiro esse circo!”. Elas, com os olhos de “Mônica” (arregalados), ouviram e preferiram subir pelas escadas. Cada um tem o picadeiro que merece…

Finólia Aroeira, do Leme para o mundo! 2015

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