Depois de muita expectativa, eis que o carnaval chegou, “deu pano pra manga” e se foi. Precisei, em cima da hora, comprar ingresso para assistir aos desfiles das escolas de samba, porque mesmo depois de tantos cabelos brancos e dezenas de carnavais, fiquei sem a credencial de jornalista. Quer dizer, eu e muitos colegas ficamos a ver navios.
Por que conceder às tantas celebridades, artistas, modelos e influencers credenciais de pista, enquanto a mídia espontânea, que trabalha o ano inteiro, nos ensaios de quadra, de rua, escolhas de samba-enredo, debaixo de sol, de chuva e sem nenhuma ajuda de custo, fica de fora, descredenciada. Qual o interesse em afastar blogs e sites menores da cobertura dos desfiles?
Na temporada de ensaios técnicos, fotógrafos, jornalistas, assessores de imprensa e radialistas, são desrespeitados por seguranças que agem com truculência com quem está apenas trabalhando e promovendo a cultura, as escolas de samba e a cidade do Rio de Janeiro. Ninguém imagina como parte da imprensa é tratada! Alguém precisa colocar ordem nessa bagunça, reparar a injustiça com o credenciamento dos veículos de comunicação.
Quanta gente ostentando credencial rosa! Até gringos e convidados VIPS agraciados com o passaporte de pista. Do alto dos meus setenta e muitos anos assisti, indignada, o desfile da “Unidos da Rosinha”, credenciais circulando livremente e o PROFISSIONAL de imprensa, impedido de exercer seu trabalho.
Quanto tempo ainda teremos que conviver com essa situação?
Finólia Aroeira, do Leme para o mundo/Carnaval 2024!
Foto: Marcia Rossi