A primeira noite de desfiles das Escolas de Samba da Série Ouro, na noite de quarta-feira (20), tinha tudo para ser perfeita, não fosse o amadorismo de quem organiza. Começando pelo desastroso credenciamento da imprensa especializada, que deixou vários profissionais da comunicação de fora da festa, e olha que a grande maioria desses veículos divulga o carnaval o ano inteiro para o Brasil e o mundo, sem nenhuma remuneração. Mesmo assim, credenciais e coletes foram negados. Na entrega dos benditos crachás, antes realizada na Sala de Imprensa do Sambódromo, transferida para a Cidade das Artes, quase ao lado de Nárnia, um festival de desrespeito, pois fizeram os profissionais esperarem por horas e sem água, para avisarem que a credencial havia sido negada.
Não bastassem as boates dos camarotes, esse ano a iluminação cênica transformou a Marquês de Sapucaí numa pista de “Os Embalos de Sábado à Noite!”, descaracterizando uma celebração que esperamos por tanto tempo. Se quiséssemos boate, com certeza não estaríamos ali!
A desorganização também esteve presente nas enormes filas para acessar frisas e arquibancadas. Fora da avenida, na dispersão, a falta de fiscalização e segurança, ocasionou um acidente com uma criança, que teve suas pernas esmagadas por uma alegoria da Em Cima da Hora.
H.Bakhury
Jornalista
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Em Cima da Hora. Enredo: 33 – Destino Dom Pedro II
A reedição do enredo de 1984 rendeu uma apresentação mediana. O samba, apesar de reeditado, não empolgou. Alegorias e fantasias revelaram problemas nos acabamentos, mesmo assim de fácil leitura.
Cubango. Enredo: “Amor Preto Cura”.
A escola de Niterói fez bonito! O espetáculo teve início com a impactante comissão de frente, passando por alegorias e fantasias com bom acabamento e tudo isso temperado com um belíssimo samba!
Unidos da Ponte. Enredo: Santa Dulce dos Pobres – O Anjo Bom da Bahia.
A escola passou sem muita empolgação. O samba não foi abraçado pelos componentes como deveria. Fantasias e alegorias trouxeram simplicidade, nas formas e na combinação de cores.
Porto da Pedra. Enredo: O Caçador Que Traz Alegrias
A escola realizou sua apresentação com bastante competência, trazendo um belo samba, comissão de frente inspirada, fantasias e alegorias com bom acabamento.
União da Ilha. Enredo: Vendedor de Orações
A alegria da Ilha atravessou o mar para um desembarque da melhor qualidade na Marquês de Sapucaí. E qualidade não faltou na apresentação da azul, vermelho e branco da Ilha do Governador. O samba de Marquinhos do banjo e cia, bateria, Mestre-Sala e Porta-Bandeira, alegorias, fantasias e adereços bem acabados, encantaram o público presente, que vibrou do início ao fim da apresentação. Um show! Salve os talentosos carnavalescos Cahe Rodrigues e Severo Luzardo (em memória).
Unidos de Bangu. Enredo: Deu Castor na Cabeça
A escola realizou boa apresentação e sem muitas surpresas. Alegorias e fantasias com falhas nos acabamentos, mas o canto e o chão da comunidade fizeram a diferença.
Acadêmicos do Sossego. Enredo: Visões Xamânicas.
A agremiação encerrou a primeira noite de desfiles na manhã de quinta-feira, trazendo um enredo de difícil leitura. Apesar do bom samba e da competente bateria, a dificuldade no entendimento passou também pelas alegorias e fantasias!
Fotos: Regina Silveira