“Sou raiz, também…” – Por Finólia Aroeira

FinoliaMocidadeMeus queridos, há muitos carnavais que não reconheço a escola pela qual desfilei durante vários anos. A farra era boa demais da conta, sô! Ali, atrás do antigo barracão da Mocidade, na rua Santa Maria, nos reuníamos antes de desfilar, e quando íamos em direção aos Correios, nos concentrar, ouvíamos das pessoas só elogios: “Olha, que linda, deve ser da Mocidade! ”… Dava um orgulho danado.

Em 1990, tive a oportunidade de visitar o barracão e ver de perto a grande escultura de Fernando Pinto, que em poucos dias atravessaria a Sapucaí. A escola de Padre Miguel, que gerava tanta expectativa antes de entrar e era um verdadeiro calo para as outras agremiações, fez um desfile arrebatador! Renato Lage e Lilian Rabello conceberam, com maestria, o enredo exaltando os carnavais que marcaram a história da querida Mocidade. Tínhamos a impressão, durante o desfile, de que o público evoluía conosco, tamanha a emoção e sincronia. A cada retomada, o samba crescia ainda mais e o refrão “Ah vira virou, vira virou / A Mocidade chegou…”, costurava a bela história que ia sendo cantada e contada.

Infelizmente, por obra e “graça” de gente que de carnaval, raiz e comunidade não entende neca de pitibiriba, a escola segue realizando inacreditáveis apresentações, rezando para não cair de paraquedas na segundona. E não adianta maquiar, colocando carnavalesco que implode o planeta, Serguei se requebrando ou rainha de bateria baiana, egípcia ou extraterrestre, sem pensar em reconstrução. Queremos nossa escola, identidade e nossa casa de volta! Somos raiz e não abriremos mão de ver nossa Estrela Guia voltar a brilhar no céu!

 

Finólia Aroeira, do Leme para o mundo! Julho/2016

 

 

 

 

 

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